quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

..:: THE ADVENTURES IN PARÁ ::..

CAPÍTULO VII – RADIADORES E DINOSSAUROS

Os crocodilos derramam lágrimas quando devoram suas vítimas. Eis aí sua sabedoria.
Sir Francis Bacon


Eis mais uma aventura que não esquecerei tão cedo.
Após ir para a Ilha de Marajó, fui incumbido de ir para a cidades de Curuçá e Marapanim, na região litorânea do Pará. Ambas ficam aproximadamente 250 quilômetros de distância da capital Belém.
Curuçá é no norte do Pará, (que já é no Norte, então imaginem o quão norte isso fica); é uma cidade com uns 30 mil habitantes, mais ou menos, e a impressão que se tem ao chegar lá é que passamos por um túnel do tempo.
A cidade é repleta de imagens típicas dos anos 50, como se tivesse estacionado no tempo, a começar pela prefeitura e outros prédios.
A população é como toda outra de qualquer lugar do Pará; acomodada, adora uma rede e um açaí. A cidade também pára às 12 horas e só recomeça a funcionar às 16 horas.
Bom, agora vamos falar de Marapanim: copie tudo que eu escrevi sobre Curuçá e cole abaixo!!!
A visita a essas cidades foi interessante e tudo mais, mas foi na volta pra casa (somo sempre) que a aventura atingiu seu ápice.
A estrada que liga Marapanim à estrada principal que dá acesso à Belém é repleta de curvas. Estava eu completando uma das curvas da estrada (que não é a de Santos hehe) quando vi logo a frente um cão. Imaginem um dogue alemão... Imaginaram? Jogaram no Google para ver o que é um dogue alemão? Pois é!!! O cachorro que estava na estrada, logo a frente não era um, mas era do mesmo tamanho de um! Eu reduzi minha velocidade para desviar dele, porém, ao desviar o cachorro infeliz com sua vida resolve fazer do meu carro a arma para sua morte. O pônei cachorro simplesmente se atirou na frente do meu carro.
Meu deus, foi uma das situações mais horríveis pela qual eu passei, afinal nunca tinha atropelado um cachorro, ainda mais daquele tamanho. Senti o corpo do cachorro batendo sob o carro.
Parei imediatamente. Quando desci do carro ainda pude ver o cachorro rolando pra fora da estrada, e imediatamente fui pra frente do carro ver o estrago que ele tinha causado à parte frontal do meu automóvel (que na verdade não era meu!).
Por sorte, não houve NENHUM amassado! Vibrei de alegria por mim e pelo carro... foi temporário. Ao prestar mais atenção, notei que embaixo do carro tinha uma poça d’água incrivelmente grande, como se toda a água do carro tivesse vazado. Ao abrir o capô do carro, constatei: TODA A ÁGUA DO CARRO TINHA VAZADO!!!. O pavor chegou novamente à minha vida.
Ao olhar pra trás notei que os moradores próximos estavam se aproximando, mas ao contrario do que eu pensei, eles vinham agressivos e me criticando por eu ter atropelado o pobre cão. Imediatamente entrei no carro antes de levar algumas terçadas e enxadadas na cabeça.
Quando notei que a temperatura do carro estava aumentando drasticamente parei e bati numa casa pedindo uma garrafa de água para colocar no carro. Para a minha tristeza a azar toda água colocada caía direto no chão. Esperei o carro esfriar um pouco mais e fui até um posto de gasolina que havia mais a frente (o único pra falar a verdade, afinal naquele fim de mundo, era eu, a estrada e floresta por todos os lados) para pedir ajuda e informação de algum mecânico na redondeza.
Lá coloquei mais água no carro e me informaram que uns três quilômetros a frente havia um mecânico.
Chegando no tal mecânico fiquei de queixo caído, pois a “oficina” do cara era de palha, e o único carro que tinha parado lá era um Lada Laika, o que me fez concluir que ele jamais ia conseguir arrumar um radiador estourado de uma Palio Adventure. Dito e feito, ele apenas me aconselhou a ir com o carro sempre na “banguela” e quando esquentasse demais, que eu parasse o carro e ligasse o ar condicionado para auxiliar no resfriamento do radiador.
Passado uns 10 quilômetros naquela situação o carro esquentou e eu parei, e liguei o ar condicionado, conforme ele havia me dito que era pra fazer... deixei uns 20 minutos de ar ligado em meio a uma escuridão total, já que já era 20:30. o problema é que quando fui ligar o carro, além do radiador estar estourado, a bateria também acabou, devido o tempo que o ar condicionado ficou ligado.
Desci do carro e fui procurar um orelhão no meio da selva amazônica, já que como se não bastasse tudo o que já tinha acontecido, meu celular ainda ficou sem bateria! Achei um orelhão uns 200 metros a frente. Para a minha desgostosa surpresa o telefone não funcionava.
Consegui fazer o caro pegar “no tranco” e segui mais a frente até uma lanchonete que havia no meio do nada. Lá finalmente consegui ligar para pedir ajuda da cidade grande; ajuda essa que chegou 2 horas depois da minha ligação. Da hora que eu atropelei o cachorro – às 17:45 – até a hora de chegar em casa rebocado por outro carro – 02:45 – foram incríveis 9 horas de empenho nessa aventura que terminou com o carro na oficina para consertar o estrago e com o pesar em minha consciência por matar um cão que não tinha culpa de nada, mas que ocasionou toda essa história.

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CAPITULO VI – COMPÊNDIO LEXICOGRÁFICO DE PRATOS TÍPICOS (PARTE 2)

Provar as culinárias regionais durante as viagens é uma
saborosa maneira de se aproximar da cultura da região.
Anônimo



Maniçoba A maniçoba, também conhecida como feijoada paraense, é um dos pratos da culinária brasileira, de origem indígena. O seu preparo é feito com as folhas da maniva/mandioca (Manihot utilíssima) moídas e cozidas, por aproximadamente uma semana (para que se retire da planta o acido cianídrico, que é venenoso), acrescida de carne de porco, carne bovina e outros ingredientes defumados e salgados.
Comentário: Logicamente não comi! Imagina, pra que eu vou comer uma folha que contém um ácido super tóxico que precisa ser cozinhada sete dias seguidos e sem parar pra tirar o veneno se eu posso comer o bom e velho feijão que não é tóxico, é bem melhor e não tem aspecto de água de esgoto com fungo?!!!

Pato no tucupi – Constituído de pato, tucupi e jambu. O tucupi é um caldo amarelo extraído da mandioca e por isso precisa ser cozido durante uma semana. O pato, depois de assado, é cortado em pedaços e fervido no tucupi, onde fica de molho por algum tempo. O jambu é fervido em água com sal, escorrido e posto sobre o pato. É servido com arroz branco e farinha de mandioca.
Comentário: ruim não é, mas o tucupi, por sua natureza picante tira o verdadeiro sabor de tudo, mas vale a degustação.

Tacacá De origem indígena, é um mingau quase líquido, servida em cuias e vendida pelas "tacacazeiras", geralmente ao entardecer, na esquina das principais ruas das cidades paraenses, sobretudo Belém. É constituído de uma mistura que leva tucupi, goma de tapioca cozida, jambu e camarão seco.
Comentário: Eca! Parece que já foi comido e regurgitado. Além da goma que tem um aspecto extremamente nojento (uma espécie de bola de sagu tamanho gigante) o bom do prato, que é o camarão, é o que vem em menor quantidade.

Caju – O caju é muitas vezes tido como o fruto do cajueiro (Anacardium occidentale) quando, na verdade, trata-se de um pseudofruto. O que entendemos popularmente como "caju" se constitui de duas partes: o fruto propriamente dito, que é a castanha; e seu pedúnculo floral, o pseudofruto, um corpo piriforme, amarelo, rosado ou vermelho.
Comentário: bom, eu adoro caju! Acho super bom e só tenho elogios, apesar dele travar a língua como um marmelo.


Abiu – É encontrado em estado silvestre por toda a Amazônia e cultivada em quase todo o Brasil. O abiu é uma fruta encontrada em árvore de porte médio a alto, de 3 a 10 metros de altura. Em estado silvestre, pode atingir até 20 metros. Possui uma copa bem diversificada com ramificações amplas e diâmetro de até 17 metros. As folhas exsudam um látex branco quando cortadas.
Comentário: Doce, extremamente doce! Imaginem comer açúcar de colher! É muito gostoso mas é doce ao extremo.


Uxi – (Endopleura uchi) é uma árvore alta da família das humiriáceas, nativa da Amazônia, de tronco reto e liso, casca cinzenta, madeira de boa qualidade, folhas denteadas e drupas comestíveis, com sementes oleaginosas. Também chamada de uxipuçu. é utilizada para se comer ou para a produção de óleos.
Comentário: Não comi a fruta. Comi um sorvete de uxi e pelo sabor do sorvete a fruta tende a ser boa.

Bacaba – A bacaba é uma palmeira nativa da Amazônia. Distribui-se por toda Bacia Amazônica, com maior freqüência no Amazonas e Pará. Possui como habitat a mata virgem alta de terra firme.
É uma palmeira monocaule de porte alto, estirpe liso. Pode atingir até 20 metros de altura e 20 a 25 cm de diâmetro.
Comentário: não conheço e nunca vi. Quem me falou dele foi minha ex-namorada e aparentemente é bem popular.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

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CAPÍTULO V – SAGA MARAJÓ

Nunca estão sozinhos aqueles que estão acompanhados de pensamentos nobres.
Philip Sydney

Esta é uma das aventuras mais incríveis da minha vida.
Uma ilha. Calor de 35°C. Búfalos. Lama. Rios transbordantes. Balsas quebradas. Um carro (sem ar condicionado). Um gaúcho no desconhecido (ta parecendo a abertura da Xena, A Princesa Guerreira). Esses foram os ingredientes para uma experiência sem igual na Ilha de Marajó.
Bom, para quem não conhece a Ilha de Marajó, ela é a maior ilha fluviomarinha do mundo e é onde tem a maior criação de búfalos no Brasil. É cheia de “municípios” típicos de interior, com arquitetura antiga e população limitada em conhecimento e tecnologia, mas um lugar muito bacana.
Pra chegar na ilha de Marajó tem que embarcar em uma balsa em Belém, que eles conhecem como ferry boat, e atravessar, por três longas horas, a Baía de Marajó. Depois de ter dormido, acordado, dormido de novo, chegamos no “porto” de Camará, já na Ilha de Marajó. Saindo do porto, chegamos no vilarejo de Condeixas, um daqueles vilarejos típicos de interior, onde o vizinho mais próximo fica a uns dois quilômetros de distância.
Comecei meu trabalho indo para a cidade de Cachoeira do Arari, uma cidade que pra se chegar tem que ter sorte e rezar muito; rezar muito pro seu carro não atolar, ou pra não ser arrastado por um rio transbordando, ou pra não atropelar um dos milhares búfalos que atravessam a estrada na maior calma possível. Alias búfalo é o transporte favorito de lá; boi? Cavalos? Burros? Isso não te pertence mais!!! Lá o negócio é búfalo mesmo! Mas voltando a falar sobre a ida pra Cachoeira do Arari, o caminho pra lá é um tanto turbulento. São onze quilômetros de estrada de terra (que no Pará o povo chama de piçarra) até chegar a uma balsa que atravessa os carros pro outro lado da estrada a cada hora. Não sei qual o problema deles, mas tenho uma impressão muito forte de que os nativos de lá nunca ouviram falar em ponte, mas não ia ser eu o “Cristóvão Colombo” que ia apresentar essa invenção a eles né! (mas não seria má idéia... já pensou, eles construindo obeliscos em homenagem a mim por levar a modernidade a eles, e sendo elevado ao estado de divindade, dominando a todos?! Ops, acordei!!! Hehehe)
Após a travessia da balsa (que não dá nem quinhentos metros), andei mais cinqüenta quilômetros de estrada de terra – mas terra mesmo – até chegar na tal cidade. Nesse percurso, teve de tudo: lamaçal, manadas de búfalos, chuva torrencial pra colaborar com o atolamento do carro, rios transbordando, pontes de madeira fisicamente impossíveis de se passar (duas tábuas,uma para cada pneu do carro, inspiradas em rampas de troca de óleo com um rio embaixo dela).
Mas cheguei lá finalmente. A cidade era bem aconchegante, super pequena, mas como toda cidade do Pará, desorganizada em último grau. Pra ter uma idéia, fui à prefeitura da cidade pra pedir um mapa. Quando entro na prefeitura me deparo com o que? Com nada! Mas nada mesmo, ninguém pra atender, nenhuma recepção... só faltou a bola de feno passando no meio da prefeitura-fantasma. Pensei que aqueles comércios que só tinham a parte da frente como parte do cenário só existia no desenho do Pica-Pau, mas lá comprovei que realmente não há o que não haja mesmo!
Lá em Cachoeira do Arari, além das prefeituras fantasmas e das estradas com mais buracos do que estradas propriamente ditas, vi palafitas, que ate então só tinha visto em filmes e documentários... Pelos céus, como aquelas pessoas conseguem morar em cima d’água???
Bom, fiz meu trabalho lá, e voltei pra ir pra próxima cidade para arranjar um hotel pra dormir. O grande problema era a balsa: a balsa só funcionava ate às 19 horas. Por sorte cheguei lá as 18:30. embarquei com o carro. A balsa como de costume deu uma ré pra manobrar e virar pro outro lado e.... apagou! Simplesmente parou de funcionar. Achei estranho ela começar a andar na mesma direção da maré e o cara que conduzia a balsa começar a gritar: “ta caindo pro foz! Ta caindo pro foz!”. Nossa, só os céus sabem o meu pavor (auheuaheuah)... rezei pra tudo que é entidade que eu conhecia (entre elas, santos católicos, orixás, devas, bruxas ancestrais, anjos da guarda, espíritos guardiões, xamãs, animais totens...), porque a maré do rio tava muito forte e levava a balsa embora do meu destino; isso tudo as 19:30 da noite, no meio de um rio, no meio da Amazônia.
A balsa continuava indo em direção ao foz na medida em que as horas passavam. Já era 21 horas e não havia resgate, pois o rapaz encarregado pela balsa havia esquecido o celular na padaria; não havia remos pois a balsa era muito grande; não havia sinalizadores porque eles sequer sabiam o que era isso (aliás, sinalizador em terra de índio é fogueira né!!!).
Num dado momento da viagem inusitada a balsa começou a se aproximar da margem do rio; reparei nisso pois o rapaz da balsa começou a gritar novamente, com um discurso diferente: “Cuida pra não bater nas pedras, cuida pra não bater nas pedras!”. Novamente me apeguei ao meu lado religioso, prestes a me ajoelhar já, pois na minha vã imaginação quando uma embarcação bate em pedras ele quebra e afunda heheh... mas NÃO UMA EMBARCAÇÃO DE METAL DAQUELAS!!! Vai saber né!
Quando a balsa se aproximou relativamente das pedras, um dos caras que controlavam a balsa desceu na margem e foi até o vilarejo mais próximo para chamar resgate.
Enfim, o resgate chegou às 22:30, após muitas picadas de mosquito, litros de suor escorrido, e por um triz, cuecas borradas. Porém, o resgate não era bem como imaginava. Era uma embarcação com motor, só que muito menor que a balsa em que eu me encontrava, além do fato de a balsa conter o meu carro sobre ela. De resumo, eles amarraram a balsa ao pequeno barco, na esperança de que ele pudesse puxar a balsa novamente ao seu ponto original, coisa que de fato não ocorreu inicialmente, já que era nitidamente óbvio que o motor daquele barquinho de pescar lambari na lagoa não tinha a força suficiente. Esperamos, então a maré perder força, o que não demorou 15 minutos, até que finalmente o barquinho de pesca se mostrou um “semi-ferry boat”!!!
A balsa finalmente voltou, aos trancos e barrancos ao seu ponto de origem, eu consegui sair dela mais assustado do que criança ao ir pela primeira vez no trem do horror, mas aliviado e tendo a noção de que iria agora chegar a um hotel confortável e limpo (tá, tá certo que o conceito de limpeza e conforto de lá não eram os melhores mas era infinitamente melhor do que o conforto de ser arrastado em direção a uma foz que no final de tudo eu descobri que não era nenhuma foz do Iguaçu, como eu imaginava, mas sim a saída para a baía, e do que ser picado por mosquitos típicos do elo perdido ou de alguma era pré-cambriana, devido ao tamanho gigantesco deles).
E como toda história de bom grado termina com um final feliz, eu fui para o hotel e dormi como nunca havia dormido, com a certeza de que tudo aquilo não foi um sonho e de que ficará gravado em minha memória pra sempre.

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CAPÍTULO IV – OBRIGADO POR NADA

Nós nascemos sozinhos. Nós vivemos sozinhos. Nós morremos sozinhos. E qualquer coisa neste intervalo que possa nos dar a ilusão de que não estamos sós, nós nos agarramos a ela.
Voltaire (François Marie Arouet)


Sabe aquelas pessoas que só fazem a gente perder tempo e desvia nossa atenção pra coisas que elas incutem na sua cabeça, mas na verdade nunca existiram? Pois é, aqui existem muitas pessoas assim. Seja na vida pessoal, amorosa ou profissional, elas estão sempre prontas pra te fazer perder tempo. Mas como sou um cara altruísta, fiz um “versinho” baseado nessas pessoas (e na música Thanx for Nothin’, de Mariah Carey).


Eu nem sei o que dizer
Estou machucado, fui enganado
E estou tão envergonhado
Chorar não consigo, você não faz por merecer

É tão profundo assim
Você só mente e trai
Como se não fosse nada você sai
Como se fosse o fim

Veja, você disse que me amava também
E então acreditei em você
Mas eu não deveria crer
Não queria enxergar além

Que eu estava apenas sendo usado
E você estava apenas me enfrentando
Ei garota, obrigado por nada
Eu nunca soube o suficiente sobre você, querida
Mas já é página virada.



Apesar de pequeno, esses versos querem dizer muito, pelo menos para mim, em relação às pessoas que só te faem perder tempo com sentimentos desnecessários ou inoportunos. Como se não bastasse o calor excessivo daqui...

sábado, 22 de março de 2008

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CAPÍTULO III – COMPÊNDIO LEXICOGRÁFICO DE PRATOS TÍPICOS

Barriga cheia, mão lavada, pé na estrada.
Expressão popular

Bem, resolvi fazer um pequeno dicionário dos alimentos típicos daqui. Como a diversidade alimentícia aqui é muito grande, provavelmente haverá “parte 2” em breve.

Cupuaçu – é o fruto de uma árvore originária da Amazônia brasileira (Theobroma grandiflorum; ex-Sterculiaceae), parente próxima do cacaueiro.
Comentário: Ótima fruta, é meio doce, ao mesmo tempo que tem um azedinho lááá no fundo. Aqui no Pará eles fazem tudo com cupuaçu, como bombons, sorvetes, sucos, cremes, e por aí vai.

Ingá – da Subfamília Mimosoideae, é um fruto muito comum nas margens de rios e lagos, é muito procurado pela fauna e pelo homem por suas [sementes] envolvidas pela sarcotesta branca e adocicada.
Comentário: O ingá é bem isso mesmo, mas eu sinceramente achei um pouco estranho. Meu Deus, aquilo parece um casulo de borboleta; quando se coloca aquilo na boca tem a mesma textura de um caroço de manga em tamanho menor, felpuda, mas parece um algodão. Só que como eu associei a semente a um casulo, eu fiquei meio enojado de comer. Fazer o que né?!

Bacuri – De sabor requintado, polpa muito carnuda, branca, cremosa, casca grossa, sabor e cheiro agradáveis, utilizada para sucos, doces, sorvetes, geléias, etc.
Comentário: o bacuri é bem isso, mas é muito estranho. Porra, não da pra abrir ele com faca, quer dizer, até dá mas depois se coloca a faca fora, porque ele solta uma resina melequenta, que gruda mais que super bonder. O suco de bacuri é uma delícia. E eu que pensava que bacuri era um peixe...

Rambutão – é o fruto da Rambutaneira (Nephelium lappaceum), uma árvore tropical de tamanho médio, da família das Sapindaceae, que se julga ser nativa do Arquipélago Malaio. O Rambutão é um fruto comestível, muito abundante no Sudeste Asiático, sobretudo na Tailândia.
Comentário: Nossa, é a minha favorita até agora. Extremamente doce, facil de abrir, não precisa cozinhar nem nada; é so botar na boca e comer. De início da pra jurar que é um ouriço; não se sabe se é um bicho ou uma fruta, mas é otima!

Castanha-do-pará – A castanha-do-pará, ou castanha-do-brasil é a semente da castanheira-do-pará (Bertholletia excelsa) uma árvore da família botânica Lecythidaceae, nativa da Floresta Amazônica. É um fruto com alto teor calórico e protéico, além disso contém o elemento selênio que combate os radicais livres e muitos estudos o recomendam para a prevenção do câncer (cancro).
Comentário: Então não vou ter cancer mesmo hehehe. Acho que engordei uns 2 quilos aqui comendo castanha do pará. Nossa cheguei a conclusao que ela vicia.

Castanha-de-caju – A castanha possui uma casca dupla contendo a toxina uruxiol (também encontrada na hera venenosa), um alergênico que irrita a pele. Por isso a castanha deve ter sua casca removida através de um processo que causa dolorosas rachaduras nas mãos. As castanhas vendidas como "cruas" são previamente cozidas, mas não torradas. A castanha, o óleo, o fruto tambem possui Acido Anacardico, que e muito potente contra bacteria que sao gram-positivo como Staphylococcus aureus resistentes, Streptococcus mutans que faz cáries dentales, e tambem Tuberculose.
Comentário: responsável pelos outros 1,5 quilos que engordei aqui (acho que vou entrar por Guinness como maior ganho de peso em menos tempo; engordei absurdos 6,5 quilos em 1 mes e 10 dias!!!)


Caranguejo toc-toc – o caranguejo cozido inteiro em água, sal, limão e alho. Os caranguejos são quebrados com a ajuda de pauzinhos, para retirar as carnes. Os talheres são substituídos pelos próprios dedos. Molho de pimenta-de-cheiro a gosto.
Comentário: nossa, quem inventou esse prato só deve ter amor à própria vida! Cara, eles pegam o caranguejo VIVO numa panela com água, sal e alho pra cozinhar, aí depois colocam aqueles bichos mortos “olhando” pra você e comem com a maior naturalidade, fora que eles já vendem os pobres caranguejos na beira das estradas vivos e amarrados, todos juntos. É a coisa mais horrível do mundo. Cada vez que passo por eles na estrada me lembro do Poema Navio Negreiro de Castro Alves. Por maior a sandice que possa ser fazer essa comparação eu infelizmente me lembro, porque os caranguejos ficam ali, todos grudados um no outro envoltos em uma corda. Quem me conhece sabe, por dedução, que não comi esse atentado à vida animal né! Comi um pouco de caranguejo feito na panela sem casca nem nada, mas só perdi meu tempo porque não é nada agradável.

Tucumã – (Astrocaryum aculeatum) é uma palmeira que chega a medir até 20 m, geralmente solitária, de estipe com faixas de espinhos negros, folhas ascendentes, inflorescência ereta e frutos amarelos com tons avermelhados.
Comentário: é uma pupunha sem ser cozida; fruta sem graça, dura, com gosto de sopa de abóbora, e além de tudo mancha os dedos de maneira a ter que ficar dois dias lavando as mãos praquela tintura sair.

Pupunha – (Bactris gasipaes, Kunth) é o fruto da pupunheira, uma planta de porte magnífico da família Arecaceae (antiga Palmae), a qual pode crescer até 20 m e também é originária das florestas tropicais do continente americano. É muito conhecida pelas populações nativas da América Central até a Floresta Amazônica, sendo há séculos utilizada na sua alimentação.
Os frutos são freqüentemente consumidos depois de cozidos em água e sal ou na forma de farinha ou óleo comestíveis. Contudo eles também podem ser matéria prima para a fabricação de compotas e geléias. A casca (epicarpo) da pupunha pode ser vermelha, amarela ou laranja, quando o fruto está amadurecido, de acordo com a variedade plantada dessa palmeira, que é também cultivada para a produção de palmito.
Comentario: vejamos, o que eu vou falar da pupunha, além de que o nome me lembra “punheta” (desculpem a perversão da minha mente). A pupunha definitivamente me lembrou um pinhão! Como não gosto muito de pinhao, não gostei da pupunha tabmem. Ora bolas, da onde tem que se cozinhar uma fruta pra comer??? Mas sinceramente acho que nao gostei porque a pessoa que preparou não fez direito, porque achei meio sem sal. Ela está entre um pinhão e um aipim cozido.

Murici – O murici (Byrsonima crassifolia, L. Rich), também conhecido como murici-da-praia ou murici-do-brejo, é uma árvore da família Malpighiaceae, ordem Malpighiales.
Comentario: um dos melhores sucos que ja tomei, mas não experimente comer essa fruta! Poxa vida, pra dar um suco tão bom ela devia ser boa de se comer tambem, mas nao é. Parece um pure de batatas, misturado com limão. Fica “travando” na língua como se tivesse comido marmelo ou banana verde!

Suco de cacau – A fruta apresenta uma casca grossa e amarela quando madura, e precisa ser quebrada com alguma força para se abrir. Dentro, as sementes estão envolvidas por uma polpa branca de sabor ácido, aproveitada para doces e sucos. Das sementes, ou amêndoa, extrai-se o pó de cacau, de sabor amargo, que é a base para a confecção de chocolate. Para tanto, as amêndoas são secas, torradas e trituradas.
Comentário: bom, só provei o suco de cacau. Realmente é muito bom!!! Agora eu sei porque os maias utilizavam o cacau como moeda de compra de outros alimentos (escambo :P)

Dourada frita – Peixe de couro. A cabeça é prateada e o corpo claro com reflexos dourados, dão o nome comum. Apresenta longos lobos na nadadeira caudal e barbilhões curtos. + uma espécie de grande porte, que pode chegar a mais de 1,5m de comprimento total e 20kg.
Comentário: não entendo nada de peixe, apenas que eles nadam :P. bom, eu nunca fui muito afim de peixes de couro, mas confesso que essa dourada frita é uma delícia. Como tenho viajado bastante pro interior do Pará e pra localidades onde a diversidade alimentícia não é muito grande, com exceção das frutas, um prato feito de dourada tem caído muito bem.

Feijão tropeiro – “Cozinhar o feijão e reservar. Fritar o bacon e reservar. Fritar os ovos nesta gordura do bacon e reservar também. Na mesma panela colocar a gordura de porco ou óleo, fritar o alho, a cebola e o sal com alho. Refogar o feijão, deixando ferver por dez minutos. Acrescentar a farinha aos poucos. Desligue o fogo e acrescente o bacon e por último os ovos. Servir com arroz com alho, lombo, lingüiça, couve com alho e torresmo.”
Comentário: não gostei. Definitivamente não gosto desses derivados do porco. Prato gorduroso, sem graça e que, para mim, mais parece uma lavagem. Prefiro um belo feijão feito na panela e misturado com arroz (saudades do feijãozinho da minha mãe!!!)

Farinhas – nunca pensei que fosse conhecer tanto tipo de farinha diferente. Pra mim quando se falava em “tipos de farinha” era farinha tipo 55 ou 65, no máximo uma farinha de rosca. Aqui tem farinha d’água, farinha de mandioca, farinha de milho, farinha de tapioca, farinha disso, farinha daquilo, farinha de não-sei-mais-o-que. Achei um povo que come mais farinha que catarino, mas de fato as farinhas daqui são muito boas, apesar de que sou suspeito pra falar pois sempre gostei.

Açaí – Açaí ou juçara é o fruto da palmeira conhecida como açaizeiro, cujo nome científico é Euterpe oleracea. É uma espécie nativa das várzeas da região amazônica, especificamente dos seguintes países: Venezuela, Colômbia, Equador, Guianas e Brasil (estados do Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão e Acre).
Comentário: realmente essa é a fruta do Pará!!! Até comprei uma camiseta escrito “açaí” bem grande... eu particularmente gosto muito de açaí, porque além de ser saboroso, é uma refeição completa, super vitaminada mas tambem engorda bastante (minhas banhas que o digam). Vou fazer um capitulo a parte só sobre o açaí, porque ele merece!

Cajá ou Taperebá – é o fruto da cajazeira (Spondias mombin). É também chamada de ambaló, ambaró, cajá-mirim, cajazinha, tapareba, taperebá, taperibá, ou tapiriba. Os frutos da cajazeira são muito apreciados pelo excelente sabor de sua polpa.
Comentário: legítima fruta “Elma Chips”: é impossível comer uma só! Muita boa e muito doce,tão doce que depois que comi umas 20 fiquei um pouco enjoado. Será que não foi porque comi demais?! Azar, agora ja comi mesmo ... hehehe


Comidas e frutos a serem provados:

Maniçoba (prato típico)
Abricó (fruto)
Abiu (fruto)
Jaca (fruto)
Sapoti (fruto)
Piquí (fruto)

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CAPÍTULO II – ISSO E MUITO MAIS VOCÊ SÓ VAI ENCONTRAR NO PARÁ!



O que?! Esse título não soa familiar pra você? Então ta na hora de você escutar CALIPSOOOOOOOOOOO...


Agora eu entendo porque sopraram no meu ouvido que eu tinha que levar duas malas só com CDs e DVDs, mesmo que isso desse excesso de peso na minha bagagem. Aqui não existe outra coisa a não ser tecnobrega, música de aparelhagem e o maldito calipso (que eu, carinhosamente chamo de K.Y. ‘ká ípsilon’, em homenagem à famosa marca de lubrificante sexual, que cá entre nós, merece uma homenagem, muito mais do que essas músicas daqui).
Cheguei a conclusão que a Joelma faz sucesso porque ela realmente é boa. Não pelos dotes físicos, mas musicalmente falando. Em comparação com as bandas locais ela é ótima, simplesmente.
Mas não é só a musica cafona que você só vai encontrar aqui. O trânsito daqui é uma coisa absurda, que merecia um capítulo próprio, mas que seria desgastante demais. Falando nele, no primeiro dia que dirigi aqui me senti como na China: bicicletas por todos os lados, atravessando na frente dos carros, pedestres caminhando como se os outros não existissem; realmente uma falta de educação no trânsito imensa.
É como a Joelma diz: “Isso e muito mais você só vai encontrar no Pará”

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CAPÍTULO I – DA DESPEDIDA ÀS NUVENS; DAS NUVENS AO INFERNO TROPICAL (vira a esquerda)



[...] mas o Rio Grande do Sul são as raízes... Sinto falta física do perfume dos campos onde me criei. Chama-se saudade o perfume da terra, o aroma vivo na memória olfativa.
Mirtia Galloti



É impressionante como se despedir das pessoas é sempre mais difícil do que imaginamos. Por mais frios que queiramos ser, ou por mais carência de sentimentos que queiramos ter nessas horas, a despedida sempre é difícil!
Mas nada que 6 horas dentro de um avião não cure. E como é estranho a maneira como as pessoas reagem dentro de um avião. Primeiro que todos fazem uma cara de como estivessem indo para um matadouro. As que temem a decolagem tremem, as que estão acostumadas relaxam de tal forma que fazem aquela que estava com medo ficar com mais medo ainda. Mas comentários a parte, foi uma viagem esplêndida. O aeroporto de Brasília é o lugar com maior variações de rostos que eu já vi; de japoneses a caboclos; de franceses a africanos. Sinceramente pensei que estava numa convenção da ONU. Mas a passagem lá foi rápida, e logo já estava em outro vôo com destino ao Pará. Mais duas horas sentado naquela poltrona pseudo-reclinável, e chego ao local mais quente e úmido que já vi na minha vida: Belém.
Pelos deuses, o que São Pedro fez aqui??? Lavou esse lugar e ta deixando secar ao relento? A umidade aqui é uma coisa fora do comum. Não é a toa que a maioria das pessoas pintam a casas de verde. Ah, não é pintura, é o bolor excessivo que toma conta!